tradutor


segunda-feira, 14 de março de 2011

CAPIVARAS EM POÇOS DE CALDAS

Essas capivaras tomavam a fresca às margens do rio que corta a cidade de Poços de Caldas. Estavam bem ali, perto da rodoviária, alheias a quem por ali passava. Felizes da vida num lugar privilegiado e abençoado por Deus. Elas viajam pelos rios com toda sua família. Os agricultores não gostam quando  aparecem em grupo comendo suas plantações de milho. Mas o perigo maior desse bichos "inofencivos" é o grave problema de serem transmissores da febre maculosa. São os principais hospedeiros do carrapato estrela que podem transmitir a doença mortal. São animais protegidos por lei, mas se ameaçarem a vida humana podem ser abatidos como aconteceu esse ano em Campinas SP. Essa doença anda aumentando com o aumento de capivaras que, se contaminadas com o carrapato infectado, vão espalhando a doença por onde andam. E olha que elas mudam de lugar constantemente pelos rios. Então o bom mesmo é distância desses bichos. E cuidado por onde eles passam.

Mais detalhes:
 http://www.clubedesaopaulooffroad.com.br/aviso/maculosa.htm

sábado, 12 de março de 2011

CANÇÃO DE NINAR

CANTO DE NINAR
                                                                       Marly Renault Adib Bittencourt
Choveu no ventre de Maria
E de lá brotou a semente da flor
Desabrochou feito um passarinho
Saiu voando sem asas
Saiu do ventre e foi pousar na dor

Flor menina caiu na terra
Seu colorido é um raio de sol
Vai sair por aí pétalas cheirosas
Deixando seu rastro na primavera
Pintando de cores o arrebol.

E um dia, como outro qualquer,
A semente vai se deitar de novo ao solo.
Gotas lá do céu vão chuviscar no chão
E, feito pluma, vão cantar pra ela:
Canto de ninar e balançar no colo.


terça-feira, 8 de março de 2011

CARNABAND - TRISTEZA NO CARNAVAL

Estou de volta depois de muito tempo sem postar nada. É que nem vi o tempo que passou assim num estalar de dedos. Nem notei minha própria ausência. Hoje quis escrever e falar sobre os últimos acontecimentos da região onde moro. Acontecimentos tristes, por sinal. Quem me dera só escrever sobre as coisas boas, sobre samba, suor e cerveja, mas... nem sempre a coisa acaba bem. Destino? Falta de prevenção?
O fato é que um folião desavisado jogou uma inocente,entre aspas, serpentina metalizada pra cima, caiu na rede elétrica e ... pronto. O estrago estava feito. Serpentina metalizada? Que diabo será isso? Como assim? Fiquei me achando mesmo antiga. Explicaram na reportagem: é uma fita de papel  mais larga que a velha e inocente serpentina antiga, com um laminado de um lado da fita. Parece mentira que essa inocente fitinha dourada fez todo o estrago. Caiu no fio que deu curto por conta desse laminado. O fio caiu em cima do trio elétrico que mais elétrico ficou, eletrizando todo o carro e chicoteando quem estava por perto. Resultado:  dezesseis mortes e mais cinquenta feridos. Adolescentes que foram brincar um pre-carnaval e não mais voltaram pra casa. A pequenina cidade de Bandeira do Sul ficou arrasada enterrando seus filhos. Se essa tal de serpentina é assim perigosa por que isso não foi visto antes de lançar no mercado. Sempre me preocupa festas desse tipo, na rua, com aparelhagens de som enormes, com fios espalhados pra todo lado, nem sempre com a segurança necessária. Isso é o novo carnaval. E a cidades pequenas deixaram seus carnavais folclóricos e bucólicos pra trás e querem correr também atrás do trio elétrico pra não morrer e pra se igualarem aos grandes centros. A banda de rua, o bloco de sujo, deixaram de existir pra colocar na rua os trios barulhentos enormes e sem graça porque na maioria das vezes colocam o som eletrônico sem músicos. Hoje tem que ser tudo eletrônico pra ter valor. E quanto mais alto melhor. Um trio que não é nosso com uma música que também não é. Um carnaval sem história, copiado de outro estado. Que pena! Mais pena sinto das famílas que perderam seus filhos por correram atrás do trio elétrico, porque "atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu." Que ironia! E o carnaval tem que continuar atropelando, massacrando, arrebentando, pisoteando porque é assim que vale. E os filhos de Bandeira perderam a vida pra levantar a bandeira e todo mundo prestar mais atenção nas pequenas coisas inocentes e perigosas, naquilo que é vendido no carnaval ou fora dele. Agora é tarde. Só resta lamentar e pedir pra que as autoridades não deixem pra agir depois do leite derramado.
É mais um carnaval que se vai deixando na lembrança de todos de Bandeira do Sul e região um rastro de morte e dor que poderia ter sido evitado.