A infância na gaveta,
Ali esquecida, dobrada em três,
De repente volta à tona:
Leve, amarelada pelo tempo...
_ Borda logo, menina!
Ponto atrás.
Achava graça de ponto atrás.
Minha avó explicava: é um ponto atrás do outro
Um dia depois do outro
Outro dia outro ponto.
O peixe de grande boca vermelha
Parecia engolir a gente.
Hoje tão frágil!
Pequeno até.
Continua firme na toalhinha de ponto atrás. E nó.
O ponto ficou pra trás.
Da infância sobrou o peixe
Guardado no fundo da gaveta.
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