tradutor


sábado, 10 de dezembro de 2011

MEU PAPAI NOEL DE CABACINHA


Adorei fazer Papai Noel de cabacinha. Papai Noel é sempre gostoso de fazer porque nos remete à infância. Apesar de não ser invenção de brasileiro, de vestir roupa de frio em pleno verão, essa figura mágica já foi incorporada à nossa cultura. E eu não me importo nem um pouco de onde ele veio já que ele me faz voltar a magia que alimenta a minha criança . Hoje muita coisa mudou: Papai Noel está banalizado nas propagandas de lojas, usado para aumentar as vendas nos shoppings, já não é mais o mesmo que habitava a minha  imaginação. Tenho saudades daquele Papai Noel antigo, que quase não aparecia, mesmo que ele tenha sido usado pelos meus pais que sempre diziam: se vocês não se comportarem bem Papai Noel não vai deixar brinquedo nenhum. E assim mais perto do Natal a gente virava "anjo". E na noite de natal todo mundo ia dormir mais cedo pra de manhã abrir os presentes que Papai Noel deixava. Tenho saudades, mesmo achando que ele não era nada justo, porque mesmo eu me comportando bem ele nunca me dava o que eu pedia e,  muitas amigas ganhavam presentes bem melhores.Só essa injustiça que não me agradava, mas tudo era compensado pela espera, aquela expectativa do mistério que rondava os dias de Natal.
Bem, Papai Noel, eu até perdoo pela não bicicleta. Talvez você sabia da minha falta de senso de direção, dos meus joelhos sempre esfolados, por isso eu agradeço os demais presentes. E pra lhe mostrar que não guardo rancor adoro fazer Papai Noel.
Desejo pra todos um Feliz Natal e que o Papai Noel traga muita paz, amor e esperança.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

QUEM AMA ABRAÇA


Adorei essa campanha que fala da violência contra a mulher. É sempre válido alertar as pessoas para esse problema social que ainda é muito grande no nosso país. As mulheres são vítimas na maioria das vezes de seus maridos ou companheiros, pais de seus filhos, o que dificulta muitas vezes a denúncia.
Gostei  muito da música misturada a arte de rua. A arte de rua é a voz do povo o que foi muito bem colocada nesse clip. Tomara que a música e as cores vibrantes e emocionadas na parede possam tocar os corações dos homens.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Mensagem de Ano Novo para a TV Cultura

Esse clip com música eu fiz para um concurso que a TV Cultura está promovendo para escolher uma música ou letra com o tema Mensagem de Ano Novo na TV Cultura. Achei a idéia muito legal e me aventurei. Aí está o resultado. A voz e violão é de Martimiano que aguenta minhas invenções de moda.Espero que gostem.

sábado, 15 de outubro de 2011

"Mestre é aquele que de repente aprende"

Nisso Guimarães Rosa acertou em cheio: "Mestre é aquele que de repente aprende". Hoje,dia do professor, temos muitas perguntas e poucas respostas. Perguntas como: o professor está preparado para acompanhar a tecnologia avançada que leva ao aluno o conhecimento com imagens e vozes, vivo e a cores? Ele acompanha essa mudança rápida do nosso mundo virtual ou continua quadro e giz fazendo ainda o aluno copiar textos do próprio livro ? Já aposentei como professora e do Cemada,onde era Psicopedagoga, mas continuo olhando cadernos e material das crianças. E nessa minha curiosidade de olhar o material das crianças  e conversar com elas, não tenho visto mudança alguma, muito pelo contrário as mudanças estão para pior. Tem muito professor fazendo aluno  de 5° ano copiar um texto inteiro do próprio livro. Com que objetivo? Melhorar caligrafia? Ou passar o seu tempo de trabalhar na sala de aula? Caligrafia já deve ter sido trabalhada nas primeiras séries e pelo visto vai ser coisa do passado. Qual o objetivo dessa cópia? E por aí vai.
Uau! Não quero hoje, dia do professor, falar mal da classe, mas fica uma pergunta: Quem educa os Educadores?
Como está sendo o preparo desses professores? Será que estão sendo preparados para essa mudança radical em todos os sentidos: linguagem, comunicação, mundo virtual, etc.
Fico pensando na minha primeira escola. De todas as escolas que frequentei e trabalhei ( olha que não foram poucas- já dei aula de um lado para outro em muita escola particular e pública de várias cidades desde a zona rural até centro maior) posso falar por experiência: a que continua inovadora e corajosa na minha memória foi uma escola ( Escola Primária Quatro de Novembro- Liceu) que já fechou, porque pertencia a Rede Ferroviária Federal  de  Bicas , uma cidade pequena onde eu estudei e depois foi a primeira escola que trabalhei. Ali meus primeiros professores, começando da minha mãe Nellie, que tive a felicidade de ser minha primeira professora, e todas as outras( Vilma, Tueta,Marlene, Odete, Carmelita) foram minhas grandes mestras para toda minha vida. Nessa escola, já naquele tempo, já se fazia arte, já existia música e clube de pais, já existia encontros para falar poemas e cantar, teatro... E não era moleza não. A gente tinha que aprender a ler, mas ler MESMO sem gaguejar,correntemente. E os conteúdos eram trabalhados e cobrados. Quem não dava conta num ano devia repetir. Ninguém ficou com trauma por isso. O aluno aprendia. Hoje, infelizmente pra economizar pro governo o aluno não pode repetir de ano e vai passando sem saber nada. Chega na Faculdade sem saber ler e escrever.
Hoje, dia do professor, faço um apelo: Professor, assim como fazem greve por melhores salários, lutem por melhores escolas de pedagogia e formação de professores. Como  vão conseguir melhores salários se tem muito professor sem comprometimento com a educação e sem condições mínimas de dar aula? Devem lutar por melhores condições de estudo, exigir estudos complementares para terem condições de serem sujeitos da história, críticos, capazes da desobediência produtiva, no sentido de não aceitar de cabeça baixa reformas de cima para baixo.  O educador, o filósofo, o Pedagogo, o Artista devem ter um papel eminentemente crítico: o de inquietar, o de incomodar, de perturbar, sempre na luta por um mundo melhor.


Escola Primária Quatro de Novembro( Liceu) Bicas
Foto de Amaryldo
Minha homenagem aos grandes educadores que passaram por mim, nas escolas e na vida, nas leituras e nas artes.

domingo, 28 de agosto de 2011

FESTIVAL DE IPÊS EM POÇOS DE CALDAS


Poços de Caldas nessa época é um festival de flores. Ainda bem que ando de máquina em punho pra flagrar o espetáculo da natureza. Consegui ipês de várias cores. Esse ipê branco não é tão comum quanto o amarelo.  É a árvore vestida  de noiva. Maravilhosa! Pena que suas flores duram pouco tempo. É pra deixar saudades.


sexta-feira, 12 de agosto de 2011

MEU PAI, GIGANTE QUE ENCOLHEU

MEU PAI, GIGANTE QUE ENCOLHEU
                                                                                Marly Renault Adib Bittencourt
Meu pai encolheu e foi de repente
Engraçado! Meu pai era um gigante!
Comecei até a desconfiar que ele fosse o gigante da história de Guliver ou da Galinha dos ovos de ouro. Não que ele fosse tão bravo assim, mas ele era muito, muito grande.
Às vezes eu chegava a imaginar que ele era maior que um poste ou uma árvore.
Quando ia passear comigo e minha irmã ele pegava na nossa mão. Uma de cada lado. Que sacrifício! É que tínhamos que correr pra acompanhar seus passos: Tum...tum...tum... e eu corria...corria para ficar juntinho dele: um passo, dez passos, um passo, dez passos...
Ufa ! Como era cansativo!
Mas o legal era quando ele levantava os braços e nós andávamos batendo os pés no ar, caminhando nas nuvens, quase que na mesma altura dele.
Ah! Quando era pra subir um degrau ele contava: um, dois e três...Lá íamos nós parar do outro lado! Aquilo sim é que era vôo!
E quando ele resolvia nos colocar no seu pescoço pra passear? Era um pouquinho cada uma. Eu e minha irmã até brigávamos pra ficar mais tempo lá no alto. Parecia que a gente estava no céu. O chão firme ficava longe, longe...
E os seus sapatos? De vez em quando eu calçava aquele sapatão e tinha que fazer muita força pra levantar uma perna e depois outra. Ele tinha pés de dinossauro.
Mas... de repente ele diminuiu. Fui achando que ele encolheu. Um passo, três passos, um passo, dois passos, um passo, um passo, dois passos um passo...
Antigamente o coração do meu pai gigante ficava longe, longe fazendo um barulhinho bem baixinho: dum...dum...dum...dum...
Ele era um gigante de coração pequeno, pensava enquanto caminhava ao seu lado.
Agora ele encolheu e eu escuto seu coração bem forte:
 DUM... DUM... DUM...DUM...
Hoje ele é pequeno de coração gigante.


segunda-feira, 13 de junho de 2011

123° ANIVERSÁRIO DE FERNANDO PESSOA

Maria Betânea declama Fernando Pessoa  e as pinturas são de Luiza Caetano uma pintora naif de Portugal. As pinturas são lindas e ninguém melhor que ela pra retratar esse poeta universal de alma portuguesa.
Como adoro todos os seus poemas escolhi essa: "Todas as cartas de amor são ridículas" já que hoje também  é dia de Santo Antônio. E assim também quem não conhece a obra de Luiza pode se deliciar com elas.
Todas as Cartas de Amor são Ridículas
 
       Todas as cartas de amor são
       Ridículas.
       Não seriam cartas de amor se não fossem
       Ridículas.        Também escrevi em meu tempo cartas de amor, 
       Como as outras,
       Ridículas.
       As cartas de amor, se há amor, 
       Têm de ser
       Ridículas.
       Mas, afinal,
       Só as criaturas que nunca escreveram 
       Cartas de amor 
       É que são
       Ridículas.
       Quem me dera no tempo em que escrevia 
       Sem dar por isso
       Cartas de amor
       Ridículas.
       A verdade é que hoje 
       As minhas memórias 
       Dessas cartas de amor 
       É que são
       Ridículas.
       (Todas as palavras esdrúxulas,
       Como os sentimentos esdrúxulos,
       São naturalmente
       Ridículas.)

quinta-feira, 9 de junho de 2011

A DESPEDIDA DE RONALDO FENÔMENO


Sempre vi o futebol como arte-esporte. Os jogadores dançam em campo numa pefeita harmonia fazendo a bola voar. Às vezas fico vendo mais a dança do que o jogo e também gosto de observar reações de jogadores e torcedores. Todas as emoções estão à flor da pele no campo.
 Mas nesta terça- feira  acabei assistindo o jogo só pra me despedir também de Ronaldinho. Desde o dia que ele deu a entrevista coletiva anunciando sua aposentadoria  fiquei a pensar nas nossas perdas. Dele, nossa, de todo mundo. Quem depende do corpo de atleta pra ganhar a vida, modelos, esportistas, bailarinos e outros, têm que se despedir mais cedo. A cabeça pode ser jovem mais o corpo não acompanha mais. Chega uma hora na vida da gente que isso vai acontecer. Pra quem faz sucesso no mundo inteiro é muito pior. A dor deve ser muito grande. Maior que toda glória, todos os aplausos recebidos. E esse menino não foi deixando os campos assim não. Ele lutou, aguentou críticas, bombardeios de todo lado, dor física e dor na alma. Aguentou como um herói. E saiu de cabeça erguida por ser um vencedor. Se errou? Quem não erra? Mas o Ronaldinho não podia errar. Se engordou? E daí? Mas um ídolo não podia engordar. E a torcida,contra e a favor, vai jogando pétalas e veneno que é assim que acontece pra quem está dentro da arena.
Quando o vi entrando em campo pra dizer adeus veio à tona todas as nossas despedidas. Quantas vezes temos que dizer adeus pra nunca mais. Depois vem um vazio maior que o campo de futebol que cisma em ocupar o coração da gente. Mas, de repente, não se sabe de onde, talvez venha do céu, talvez Deus, o maior dos jogadores, joga pra nós uma  nova bola. Aí não tem jeito temos que segurá-la. Se não podemos mais chutar, temos que levar com as mãos ou arrastá-la de novo ao gol. É assim que é. É assim a nossa vida.
Ronaldinho não estava só naquela caminhada de despedida. Atrás dele estávamos todos nós carregando as nossas perdas. Chorei e o Brasil também chorou com ele.

terça-feira, 7 de junho de 2011

"AH NÓIS AQUI TRÁ VEIZ"




Dessa vez consegui tirar mais fotos dos tucanos de bico verde. Um casal. Algumas ficaram embaçadas por conta do zoom. Bem cedinho escuto um gruuu gruuu são eles. Não são lindinhos?  Fico emocionada toda vez que eles aparecem. É que pra mim as aves são presentes de Deus pra diminuir a nossa tristeza. Deus vê que  muitas vezes nossa vida está meio cinzenta, então ele joga lá de cima uma ave  bem colorida pra ver se a gente consegue pegar um pouco de suas cores e colocar na vida da gente. E sabe que dá certo?
Reparto com vocês essa cores!

domingo, 29 de maio de 2011

TUCANO NO PÉ DE AÇAÍ

Um casal de tucanos do Bico Verde, lindos, apareceu hoje no pé de açai do meu quintal. Consegui tirar uma foto não muito nítida Eles chegaram exibindo bicos e penas num colorido exuberante: peito em três cores, vermelho, laranja e amarelo. Bico verde, corpo negro. A calda tem vermelho.
Espero que voltem pra eu tirar mais fotos. Vou ficar de prontidão.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

MILHO VERMELHO: SEMENTES CRIOULAS

As sementes de milho nativas e conservadas por produtores são chamadas de sementes crioulas.Existem várias espécies Olha essa espiga de milho que obra de arte! Fiquei encantada com a cor desse milho. Hoje esse milho é muito raro, mas já tem produtor tentando conseguir sementes pra preservar o milho nativo.Ele não pode ser plantado perto do outro pra não mesclar. Aí os amarelos ficam misturados. Pra mim seria lindo, mas os agricultores não gostam porque afinal na agricultura não tem nada de artístico , não é? O que vale é o valor comercial. Ganhei essa espiga vou tentar plantá-la para presevar suas semantes.Li num site que alguns agricultores do sul  têm trocado sementes tentando recuperar essas raridades. Achei a idéia genial. Afinal não podemos deixar perder nossos tesouros, enquanto os transgênicos ganham cada vez mais espaço.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

A Arte de plantar: Flores de Maio

Não sou expert em jardinagem. Mas qualquer um pode tentar. E ultimamente tenho tentando mais essa arte.Só preciso ter alguns mínimos cuidados e elas me presenteiam com flores lindas. E a vida da gente vai ficando mais colorida e inspirada. As flores só nascem nessa época do ano. São simples de cultivar. Gostam de sol quando estão sem flores e sombra quando florescem. E os pequenos milagres vão acontecendo diante de nossos olhos. Só precisamos estar atentos, senão eles acontecem e nem notamos.

domingo, 22 de maio de 2011

FAZENDO ARTE NA COZINHA: Fava verde com frango


Se me mandarem às favas vou com todo prazer. Foi o que fiz essa semana: fui atrás de favas frescas pra fazer um prato que adoro! Muita gente aqui da minha regiaõ ( sul de Minas), da zona rural, colhe favas nessa época do ano e vende em saquinhos nas ruas, ou encontramos com facilidade nos mercadinhos da cidade. Eu fui direto nos pés pra colher bem fresquinhas. Depois temos que debulhar uma por uma. É bem artesanal e trabalhoso, mas compensa. E com o frio que está fazendo é uma delícia.
Bem,chega de papo e vamos a receita. Fiz um prato menos calórico, com peito de frango, que ficou tão bom quanto o outro com bacon, costelinha, etc.

Ingredientes:
1 1/2 kg de fava verde fresca;
um peito de frango em cubos;
1/2 kg de linguiça defumada;
2 cebolas médias;
2 pimentas dedo de moça sem os carocinhos;
pedacinhos de gengibre;
pasta de alho e alho picadinho;
colorau;
tempero verde;
louro;
sal a gosto
       Modo de Fazer:
Existem várias qualidades de favas. Uma bem graúda que é menos amarga e a mais miudinha mais amarga. Se for fazer a mais graúda podem ferventá-las uma vez, jogar a água fora para depois cozinhar.  Se as favas forem menores devem ferventá-las umas três vezes, jogar a água fora antes do cozimento até sair o amargo. À parte refoga o peito de frango picadinho em cubos e deixa cozinhar um pouco. Coloca a fava pra cozinhar  como feijão (não precisa usar a panela de pressão) e, quando tiver quase cozida, faz um refogado em outra panela com cebola, sal com alho, pimenta e coloca os pedaços de linguiça e o frango. Coloca os demais temperos e a fava . Deixa terminar o cozimento para engrossar um pouco o caldo. Depois é só servir com arroz branco. Hummmm! Uma delícia! Podem variar os ingredientes: trocar o frango por costelinha de porco, bacon, etc.( pra quem pode)

Em tempo: se comprarem a pimenta dedo de moça, inteira, cuidado pra não pegar nas sementinhas sem luvas. Elas queimam e, mesmo lavando as mãos, se você coloca a mão no rosto, por exemplo, queima o rosto . Experiência própria. O ardor da pimenta custa a sair das mãos.








domingo, 15 de maio de 2011

SOBRE O LIVRO VIVER E APRENDER

                                                                    
Vi uma reportagem no Jornal Nacional e como professora achei absurda. A reportagem cheia de viés e colocada muito superficialmente para um assunto que merecia mais cuidado, principalmente a crítica feita à educadora Heloisa Ramos, autora do livro causador da polêmica. Estou falando do livro distribuido pelo MEC para alunos da rede pública de ensino: Por uma vida melhor da coleção Viver e Aprender.
A bordagem equivocada diz que o livro ensina o aluno a falar e escrever errado. Simplificaram assim um assunto que vem sendo estudado por pesquisadores da linguística faz tempo. Deveriam ter se informado melhor para fazer tal crítica. Sabemos que a língua é viva e que usamos a linguagem da classe dominante pra entrarmos no mercado de trabalho, nas universidades, concursos etc. O livro não diz que tem que aprender o dito errado já que não existe erro em linguagem alguma. A autora simplesmente teve coragem de mostrar as diferentes formas de falar, coisa que os grandes mestres da linguistica já discutem  faz tempo.Deturparam tudo porque todo mundo se acha no direito de meter o bedelho na educação como se entendesse alguma coisa. Por que não convidaram  grandes nomes e pesquisadores da linguística, como Marcos Bagno, Mario Perini pra discutirem o assunto? Interessante que andam bradando em tudo quanto é meio de comunicação sobre a inclusão social, as diferenças, mas a ideologia da classe dominante não acaba assim não. Ela está presente em tudo principalamente nos meios de comunicação. Quem já deu aulas pra diferentes escolas e em diferentes meios socias sabe do que estou falando. Os alunos que falam sua linguagem própria, das periferias, zona rural, do interior, quando se deparam com a língua dita "culta", da classe dominate, têm um choque cultural, se sentem diminuidos e às vezes se calam para sempre. Calados são mais fáceis de serem dominados não é verdade?
Essa professora quis apenas mostrar que as diferentes formas de falar não são erradas já que a língua é uma criação do homem pra se comunicar. E ela, como o próprio homem,vai se modificando através do tempo. Essa modificação tem que ser mostrada na escola ou vamos fechar os olhos pra tudo de novo que acontece na ciência, na história etc? Se ela ao invés de auxiliar na comunicação estiver segregando, for um instrumento autoritário de repressão e exclusão social melhor seria se não existisse. Infelizmente as nossas escolas ensinam pra fazer concurso, pra passar num vestibular e não fazer do homem um ser humano capaz e melhor. Mas enquanto uma classe dita as normas, que roupa usar, que lingua falar, etc. é papel da escola mostrar que falar diferente não é errado e que a língua é viva e como tal vai se modificando de acordo com a história, a sociedade etc. E se nossos alunos têm que aprender a escrever e falar como a linguagem dita culta pra melhorar seu status social , passar num  concurso etc, que assim seja, mas que não tenham vergonha de sua linguagem, de seus costumes,de sua música, seus regionalismos, pois a nossa riqueza se encontra nas nossas diferenças.
Precisamos de intelectuais orgânicos( ver Gramsci) na nossa educação, aqueles que vão formar uma contra hegemonia capaz de mostrar novos caminhos, preocupados com os problemas sociais e educativos das minorias.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

PONTO ATRÁS

                                
                                
A infância na gaveta,
Ali esquecida, dobrada em três,
De repente volta à tona:
Leve, amarelada pelo tempo...
_ Borda logo, menina!
Ponto atrás.
Achava graça de ponto atrás.
Minha avó explicava: é um ponto atrás do outro
Um dia depois do outro
Outro dia outro ponto.
O peixe de grande boca vermelha
Parecia engolir a gente.
Hoje tão frágil!
Pequeno até.
Continua firme na toalhinha de ponto atrás. E nó.
O ponto ficou pra trás.
Da infância sobrou o peixe
Guardado no fundo da gaveta.



terça-feira, 5 de abril de 2011

Vincent (Starry Starry Night) - Don McLean (legendado)


Amei a música como amo as pinturas desse mestre.
Espero que gostem

segunda-feira, 14 de março de 2011

CAPIVARAS EM POÇOS DE CALDAS

Essas capivaras tomavam a fresca às margens do rio que corta a cidade de Poços de Caldas. Estavam bem ali, perto da rodoviária, alheias a quem por ali passava. Felizes da vida num lugar privilegiado e abençoado por Deus. Elas viajam pelos rios com toda sua família. Os agricultores não gostam quando  aparecem em grupo comendo suas plantações de milho. Mas o perigo maior desse bichos "inofencivos" é o grave problema de serem transmissores da febre maculosa. São os principais hospedeiros do carrapato estrela que podem transmitir a doença mortal. São animais protegidos por lei, mas se ameaçarem a vida humana podem ser abatidos como aconteceu esse ano em Campinas SP. Essa doença anda aumentando com o aumento de capivaras que, se contaminadas com o carrapato infectado, vão espalhando a doença por onde andam. E olha que elas mudam de lugar constantemente pelos rios. Então o bom mesmo é distância desses bichos. E cuidado por onde eles passam.

Mais detalhes:
 http://www.clubedesaopaulooffroad.com.br/aviso/maculosa.htm

sábado, 12 de março de 2011

CANÇÃO DE NINAR

CANTO DE NINAR
                                                                       Marly Renault Adib Bittencourt
Choveu no ventre de Maria
E de lá brotou a semente da flor
Desabrochou feito um passarinho
Saiu voando sem asas
Saiu do ventre e foi pousar na dor

Flor menina caiu na terra
Seu colorido é um raio de sol
Vai sair por aí pétalas cheirosas
Deixando seu rastro na primavera
Pintando de cores o arrebol.

E um dia, como outro qualquer,
A semente vai se deitar de novo ao solo.
Gotas lá do céu vão chuviscar no chão
E, feito pluma, vão cantar pra ela:
Canto de ninar e balançar no colo.


terça-feira, 8 de março de 2011

CARNABAND - TRISTEZA NO CARNAVAL

Estou de volta depois de muito tempo sem postar nada. É que nem vi o tempo que passou assim num estalar de dedos. Nem notei minha própria ausência. Hoje quis escrever e falar sobre os últimos acontecimentos da região onde moro. Acontecimentos tristes, por sinal. Quem me dera só escrever sobre as coisas boas, sobre samba, suor e cerveja, mas... nem sempre a coisa acaba bem. Destino? Falta de prevenção?
O fato é que um folião desavisado jogou uma inocente,entre aspas, serpentina metalizada pra cima, caiu na rede elétrica e ... pronto. O estrago estava feito. Serpentina metalizada? Que diabo será isso? Como assim? Fiquei me achando mesmo antiga. Explicaram na reportagem: é uma fita de papel  mais larga que a velha e inocente serpentina antiga, com um laminado de um lado da fita. Parece mentira que essa inocente fitinha dourada fez todo o estrago. Caiu no fio que deu curto por conta desse laminado. O fio caiu em cima do trio elétrico que mais elétrico ficou, eletrizando todo o carro e chicoteando quem estava por perto. Resultado:  dezesseis mortes e mais cinquenta feridos. Adolescentes que foram brincar um pre-carnaval e não mais voltaram pra casa. A pequenina cidade de Bandeira do Sul ficou arrasada enterrando seus filhos. Se essa tal de serpentina é assim perigosa por que isso não foi visto antes de lançar no mercado. Sempre me preocupa festas desse tipo, na rua, com aparelhagens de som enormes, com fios espalhados pra todo lado, nem sempre com a segurança necessária. Isso é o novo carnaval. E a cidades pequenas deixaram seus carnavais folclóricos e bucólicos pra trás e querem correr também atrás do trio elétrico pra não morrer e pra se igualarem aos grandes centros. A banda de rua, o bloco de sujo, deixaram de existir pra colocar na rua os trios barulhentos enormes e sem graça porque na maioria das vezes colocam o som eletrônico sem músicos. Hoje tem que ser tudo eletrônico pra ter valor. E quanto mais alto melhor. Um trio que não é nosso com uma música que também não é. Um carnaval sem história, copiado de outro estado. Que pena! Mais pena sinto das famílas que perderam seus filhos por correram atrás do trio elétrico, porque "atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu." Que ironia! E o carnaval tem que continuar atropelando, massacrando, arrebentando, pisoteando porque é assim que vale. E os filhos de Bandeira perderam a vida pra levantar a bandeira e todo mundo prestar mais atenção nas pequenas coisas inocentes e perigosas, naquilo que é vendido no carnaval ou fora dele. Agora é tarde. Só resta lamentar e pedir pra que as autoridades não deixem pra agir depois do leite derramado.
É mais um carnaval que se vai deixando na lembrança de todos de Bandeira do Sul e região um rastro de morte e dor que poderia ter sido evitado.